O Brasil constitui um dos maiores mercados jurídicos do mundo. Segundo o relatório Justiça em Números 2019 elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o primeiro grau do Poder Judiciário Brasileiro está estruturado em 14.877 unidades judiciárias e conta com 18.141 magistrados.
O estudo apresenta algumas (poucas) notícias animadoras, mas, que não devem deixar de ser comemoradas. No ano de 2018, ingressaram 28,1 milhões processos no judiciário brasileiro, ao passo que foram finalizados 31,9 milhões deles, isto é, 13,7% a mais que os casos novos. Foi a primeira vez em dez anos que todos os segmentos de justiça conseguiram obter um Índice de Atendimento à Demanda maior que 100%, ou seja, com mais processos baixados do que ingressados.
Por outro lado, consta que somente 29% de todos os processos que tramitaram no período foram solucionados. Excluindo os casos que estão suspensos, sobrestados ou em arquivo provisório aguardando alguma situação jurídica futura, a taxa de congestionamento líquida de 2018 figurou na casa de 67%.
Já em relação aos tempos médios da justiça, foram apresentados os seguintes números:
Se os números da justiça brasileira causam impacto, de outro lado, o da prestação de serviços jurídicos também impressionam!
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), existem atualmente cerca de 1,1 milhão de advogados no país. Somente na Seccional paulista da OAB – a maior do País, há um contingente que ultrapassa 350 mil advogados ao lado de 15 mil sociedades inscritas.
O foco deste artigo, no entanto, será tratar sobre o comportamento do contratante de serviços jurídicos, mais particularmente, sobre os hábitos de consumo dos executivos jurídicos que atuam em empresas de grande porte.
De maneira resumida, os pontos acima são os principais aspectos que os executivos jurídicos buscam em um parceiro de serviços advocatícios. No entanto, para escolher uma banca, eles também analisam outros fatores que, segundo relatam, fazem muita diferença na qualidade final do serviço prestado. Falaremos abaixo sobre alguns deles.
O aspecto administrativo do escritório é algo muito valorizado pelos executivos jurídicos de grandes empresas. Isso refere-se tanto a atuação multidisciplinar de profissionais de diversas especialidades, como por exemplo: Administração, Financeiro, RH, Relacionamento com o Cliente e Marketing; quanto ao uso de sistemas de gestão, que facilitam o controle e faturamento dos serviços prestados.
Outro ponto que analisam é a existência da área de Controladoria Jurídica, visto que ela assegura a qualidade operacional das rotinas jurídicas dentro do escritório e libera o advogado para atividades legais intelectuais e sofisticadas.
Em paralelo à C.J., o uso de tecnologias é algo fundamental para estes executivos, visto que necessitam de uma atuação jurídica baseada em dados, que proporcione clareza e segurança para a tomada de decisões assertivas.
Por fim, a presença de um RH bem estruturado junto à banca é algo vital na visão dos executivos, que compreendem que a retenção de talentos e a redução de turnover é um fator que impacta diretamente no atendimento e resultados entregues.
A qualificação técnica dos advogados – matéria-prima principal de um escritório de advocacia – com certeza ainda continua sendo um fator primordial para um serviço jurídico de qualidade. No entanto, ao aliar a expertise jurídica da banca, ao suporte que as demais áreas administrativas listadas acima podem oferecer, os resultados se tornam substancialmente melhores, tanto em termos de celeridade na resolução dos assuntos, quanto em termos econômicos, de previsibilidade financeira e de atendimento ao cliente.
Em 2014, nos Estados Unidos, os escritórios de advocacia de médio porte foram responsáveis por lidar com 29% das questões de litígio das empresas listadas na Fortune 50. Em 2018, este percentual saltou para mais de 36%. Os dados são do “Relatório 2019 – uma visão sobre os escritórios de advocacia de médio porte”, elaborado pela Thomson Reuters. O estudo indica também que os escritórios de médio porte tiveram um aumento na taxa média trabalhada de 2,9%. Paralelo ao desempenho positivo, este perfil de escritório apresentou um cenário conservador em relação ao aumento de seu quadro de colaboradores – apenas 0,02%; ao passo que a produtividade destas equipes se elevou em 0,03%.
Então, fica a pergunta: O que vem impulsionando o crescimento dos escritórios de advocacia de médio porte junto às grandes empresas?
Para Caio Françoso Petito, CEO e Coordenador de M&A do LG&P e Fernando Cesar Lopes Gonçales, Sócio e Coordenador Jurídico do escritório – que atualmente conta com 56 colaboradores; são vários aspectos. A seguir, abordaremos alguns dos principais fatores que tem se mostrado como “prós” para os executivos jurídicos de grandes empresas.
A estrutura física menos onerosa e as equipes mais enxutas são fatores que contribuem para que as bancas compactas sejam mais competitivas no que tange à custos. Isso é um ponto que tem atraído o olhar das grandes empresas, que também tem buscado meios de enxugarem seu orçamento. Ainda que algumas organizações sintam-se à vontade para pagar custos mais elevados em alguns trabalhos, isso não acontece o tempo todo e/ou para todos os trabalhos.
Graças à tecnologia, a capacidade produtiva de um escritório de advocacia não está mais 100% atrelada ao número de colaboradores que compõe seu quadro de funcionários. O uso de sistemas e ferramentas de TI melhoraram muito a eficiência da operação de um escritório de médio porte, possibilitando que estes não fiquem em desvantagem às grandes bancas, em termos de capacidade para dar vazão a grandes volumes de trabalho.
Essa, talvez, seja a maior vantagem dos escritórios médios! Todos os que acompanham o mercado jurídico sabem o quanto este segmento vem atravessando diversas e profundas transformações. Neste aspecto, os escritórios de advocacia de médio porte tem uma excelente vantagem em relação aos grandes, visto que é mais fácil e rápido mobilizar e conscientizar uma equipe menor sobre novos modelos de trabalho, do que fazer isso em um grupo maior de pessoas já habituadas aos modelos “tradicionais” preestabelecidos. “A rapidez com que os escritórios de advocacia de médio porte tem se adequado ao novo, tem sido decisiva para sua expansão no mercado. E é o que vem acontecendo cada vez mais!”, afirmam Caio e Fernando.
Os executivos jurídicos de grandes empresas buscam parceiros que entendam a fundo sobre o business da organização onde atuam, fato que demanda maior disponibilidade e até mesmo humildade dos advogados em conhecer o dia a dia operacional da empresa – que muitas vezes significa vivenciar o “chão de fábrica” do cliente. “É conhecendo a fundo sobre o negócio do cliente que o advogado entende as dores reais da empresa, assim como identifica as oportunidades que podem trazer vantagem competitiva à empresa.” – conclui Caio. Ainda sobre atendimento personalizado, nos escritórios compactos que atuam de forma profissional, é possível customizar a forma de trabalhar para se adequar as necessidades de cada cliente. Nada é produto de prateleira, tudo é feito sob medida!
Uma queixa recorrente que executivos jurídicos prestam em relação aos grandes escritórios deve-se ao fato de se sentirem “mais um” cliente do prestador de serviço. Em um escritório menor, os clientes acabam recebendo mais atenção e isso faz com que se sintam mais ouvidos e atendidos em suas necessidades.
Os executivos jurídicos afirmam que não existe grife e nem tamanho. Se antes a reputação e o nome do escritório de advocacia eram primordiais, hoje a experiência do cliente como um todo – do atendimento à entrega dos resultados – é o que fala mais alto!
O que as grandes empresas buscam em um parceiro jurídico resume-se à um ótimo atendimento, agilidade nas respostas, expertise nos temas demandados e comprometimento.
Os escritórios que melhor performarem nestes requisitos estarão aptos para atenderem clientes de qualquer porte.
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