Empreender é assumir riscos, especialmente em momentos tão instáveis da economia, política e sociedade como um todo. O investidor do agronegócio assume os riscos das intempéries climáticas. O comerciante assume os riscos do comportamento do mercado. O empresário da indústria assume os riscos envolvendo o abastecimento e demanda de consumo. O empreendedor da construção civil assume os riscos de oscilação de preço da matéria prima e do mercado imobiliário. Esses são exemplos de riscos que assumidos a todo momento por quem está à frente de negócios. Mas, o que esses riscos têm em comum?
Embora sejam passíveis de uma análise preditiva estruturada em dados e inteligência, os exemplos acima são decorrentes de fatores externos. O empresário até consegue prever cenários climáticos, de comportamento de consumo, de abastecimento de insumos e indexadores econômicos, mas não consegue controlar a variação e por esse motivo precisa assumir riscos.
No âmbito das relações de trabalho a insegurança jurídica quanto à aplicação de determinadas normas também é interpretada pelos empresários como risco de passivo judicial trabalhista. É certo que existem fatores externos que influenciarão o comportamento desse passivo, mas é importante não perder de vista que esse é um risco também influenciado por fatores internos.
Quando a estratégia de negócio leva em consideração a flexibilização ou relativização na aplicação de determinada norma trabalhista é importante não apenas considerar a existência do risco, mas contabilizar o custo de operação a título de contingência. Caso contrário a comemoração pelos bons resultados em um primeiro momento poderá se tornar uma grande decepção quando revelado o passivo judicial.
Quando esse ciclo vicioso ganha espaço, problemas mais graves começam a surgir. Na tentativa de evitar o impacto financeiro algumas empresas optam pelo litígio, mesmo quando as análises preditivas sinalizam êxito remoto, aumentando o custo e contribuindo com o acúmulo de passivo. É nesse cenário que os departamentos jurídicos e escritórios de advocacia são mais demandados e precisam ter uma comunicação cristalina com os gestores de negócio.
O planejamento estratégico da gestão do contencioso aliado à robusta atuação preventiva pode ser o caminho. Em dadas situações é necessário iniciar esse trajeto com foco em conscientização e transformação cultural na empresa até que os indicadores de resultados coletivos e individuais dos líderes e equipes estejam indexados às boas práticas em relações de trabalho. A parceria sólida entre departamento jurídico e escritório de advocacia, sem subterfúgios e que tenha força e autoridade para imprimir essa transformação é fundamental.
Por isso a importância de buscar um parceiro jurídico, que seja também, um parceiro de negócio, fiel ao compromisso de agregar valor à empresa através de inteligência jurídica estratégica.
Inscreva-se e receba conteúdos exclusivos com prioridade!